Parafraseando o filósofo Mário Sérgio Cortella onde numa palestra disse: “Atenção,
cuidado com o que é normal!”, mee leva a refletir sobre a banalização das coisas ditas
“normais” nos dias de hoje.
Ora, será que é normal o menino e a menina desistirem dos seus estudos porque seus sonhos
foram abortados pela necessidade de ajudar no sustento da casa?
Será que é normal, a menina interromper sua vida acadêmica por ter engravidado?
É normal as drogas substituírem os livros?
Entre tantas e desesperadas razões para o abandono do único lugar que faz a diferença na vida
de milhões de jovens, o que assistimos é o puro absenteísmo dos governantes fazedores de
políticas públicas.
Sim, há um abandono do dever de zelar e cumprir o que determina a Constituição.
Há um
pouco caso velado onde Estado, Família e Sociedade simplesmente fazem de conta que
cumprem o seu papel.
Ao Estado se basta lançar modismos e demandas atropeladas de projetos,sem considerar
estrutura, investimento de fato e valorização profissional. Não faz com que a engrenagem das
redes de proteção funcionem.
A família cabe terceirizar a educomunicacao dos seus filhos, delegando a escola o papel de
cuidar, educar, firmar, amparar e orientar nada questões mais delicadas possíveis.
A sociedade ao que parece fica na torcida pelo fracasso da Instituição Escola,pois assim,
poderá se valer do desespero do cidadão por um emprego e, uma vez desqualificado, acatará
qualquer remuneração e condições insalubres de serviços.
Nesse contexto, instala-se mais uma vez a banalização do “normal”, visto que todos sabemos
onde está a causa da ferida, mas nós contentamos em apenas reclamar.
Até quando? Até quando estaremos estagnados sem propor a virada do jogo?
Quando veremos profissionais engajados, setores públicos conscientes da sua atuação,
famílias interessadas na formação dos seus filhos , comemorando suas vitórias e atuando
como o principal responsável da educomunicacao do berço e depositando na escola a
confiança da educação formal dos mesmos e, finalmente a sociedade sendo parceira da escola,
promovendo ações assertivas para melhorar o bem comum?
Acredito na educação, e hoje, no modelo de ensino íntegral, vejo a grande possibilidade de
investir no projeto de vida dos jovens e que outros alunos possam desfrutar dessa
oportunidade e transformar suas vidas através do conhecimento.
Só assim “o normal” será o aluno conquistando espaços apropriados para uma vida.
Rosane Dias
Diretora da E.E.Maria Angerami Scalamandré - Ibiúna-SP.
Scala em Movimento agradece imensamente à Diretora Rosane Dias pelo grande artigo de opinião, que tanto colabora para a leitura e reflexão de todos.
Parabéns Rosane pelo grande artigo de opinião que serve para a reflexão a todos nós!!
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