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quarta-feira, 22 de abril de 2020

MOMENTO CULTURAL: CORONAVÍRUS E SEUS EFEITOS NO OLHAR DA NEUROCIÊNCIA- Rosane Edmaig Arruda Dias

Neurociência e liderança
Fonte https://sebraers.com.br/momento-da-empresa/neurociencia-e-lideranca/

CORONAVÍRUS E SEUS EFEITOS NO OLHAR DA 

NEUROCIÊNCIA

Rosane Edmaig Arruda Dias 

Quando ouvimos falar em novo coronavírus pela primeira, vez a informação que tivemos é que seria uma doença semelhante a uma gripe, iniciada na província de Wuhan, na China em dezembro de 2019.
Amostras do 2019-nCoV, como é chamado, foram coletadas de pacientes e analisadas em laboratório, e autoridades da China e da OMS concluíram que a infecção é um coronavírus (BBC News, 20/01/2020), notícia essa que se alastrou rapidamente e assustou o mundo. Mundo esse que não se encontrava preparado para uma pandemia devido os seus sistemas de saúde estar desprovido de atenção dos seus governantes.
Acredito que estávamos preparados para uma guerra anunciada onde o maior investimento seria na indústria bélica e jamais pensaríamos que o maior inimigo seria algo invisível, sem escolher classe social, raça, cor e/ou credo e que seria muito letal.
O Covid-19 rompeu fronteiras e chegou na maioria das partes do mundo e hoje, enterra idosos, homens e mulheres, jovens, ricos e pobres.
Os idosos sua principal vítima, pois na maturidade, ao longo da sua experiência agregou comorbidades que lhes deixam mais vulneráveis que a maioria. Mas o covide-19 só afeta e enterra os idosos? Não, ele afeta aqueles que tiveram contato com pessoas e ambientes infectados, sem cuidados básicos de saúde, sem equipamentos de EPIs, em momentos de aglomeração e descuido, pois deixou de ser local a sua transmissão, passando a ser comunitária.
Estabeleceu-se assim os grupos de risco:
Portadores de doenças crônicas como diabetes e hipertensão, asma e indivíduos acima de 60 anos são os mais propensos a ter complicações e morrer de Covid-19. Pois um estudo recém-publicado no British Medical Journal (BMJ) traz novos dados sobre os tais grupos de risco do novo coronavírus [grifo do autor], também chamado de Sars-Cov-2.(PINHEIRO, 09/04/2020).
Pinheiro (202, p. 1) afirma ainda que,
provavelmente, os idosos estão mais suscetíveis às complicações do Sars-Cov-2 por causa de alterações no sistema imunológico naturais da idade. No caso dos males cardíacos, a circulação prejudicada e a debilidade dos pulmões parecem favorecer a agressividade da infecção.
Porém, temos outro grupo que vem sendo afetado pelo covid-19 e , se curado pode carregar sequelas.
Pessoas com Alzheimer, AVC (Acidente Vascular Cerebral), Paralisia Cerebral, Síndromes com Charcot-Marie Tooth e neuropatias diabéticas podem sofrer uma piora no seu quadro clínico e os sintomas podem ser perda da memória, fadiga, perda da mobilidade e força. (VENTURA, 2020) e os cuidados de prevenção devem ser redobrados, pois esse grupo de indivíduos já requer mais cuidados, não devendo abandonar seus tratamentos ou interromper o uso dos medicamentos de rotina sem autorização médica.
Além de poder incapacitar ainda mais os indivíduos o coronavírus pode chegar a memória e segundo especialistas, isso pode ocorrer antes mesmo que que ele chegue aos pulmões.
Segundo Lent (2020, p.1),

"Os vírus, tão falados quanto pouco conhecidos, estão na fronteira entre os objetos inanimados e os seres vivos: são constituídos por moléculas de ácidos nucleicos – aquelas que alojam os genes – envelopadas por proteínas. Sua infectividade muitas vezes depende da existência de outras proteínas incrustadas na membrana de nossas células, que os reconhecem e os transportam para dentro"
                   Neurônios cerebrais que controlam a função cardiorrespiratória são atingidos rapidamente pelos coronavírus, o que parece contribuir decisivamente para a falência respiratória e a morte dos pacientes mais vulneráveis Foto: Reprodução
 Neurônios cerebrais que controlam a função cardiorrespiratória são atingidos rapidamente pelos coronavírus, o que parece contribuir decisivamente para a falência respiratória e a morte dos pacientes mais vulneráveis Fonte: Jornal O Globo


Considerando que os vírus agem em quase todas as partes da célula, proliferando e invadindo o organismo, as consequências podem ser o de grande comprometimento do indivíduo, afetando sua saúde.
Analisando observações no cérebro de pacientes falecidos e experimentos em animais, os pesquisadores constataram que os coronavírus podem chegar ao sistema nervoso, e que isso ocorre por via intranasal, antes mesmo de atingir o pulmão. A caminho do pulmão, os vírus são internalizados pelos filetes nervosos que inervam a mucosa olfatória e respiratória. (LENT, 2020, p.1)
Segundo Lent (2020, p1), dentro das fibras nervosas, os vírus passam de um neurônio a outro pelas sinapses, microestruturas que garantem a comunicação entre os neurônios.
Desta forma, é conduzido em tal velocidade em direção ao cérebro, nas áreas em que o controle cardiorrespiratório, que são responsáveis pelo monitoramento e comando dos músculos e vasos sanguíneos que deveria manter em condições normais os níveis da função do coração e pulmão. (LENT, 2020)
A rapidez desse percurso é assombrosa. Os primeiros dados epidemiológicos de Wuhan, na China, mostraram que o tempo médio entre os primeiros sintomas e a dificuldade de respirar foi de 5 dias, e 8 dias depois os pacientes já precisavam de internação em UTI para garantir sua sobrevivência com respiradores. As implicações dessa descoberta são muito relevantes para sugerir tratamentos. De acordo com os pesquisadores, a neuroinvasividade do coronavírus por via intranasal ressalta a relevância do uso de máscaras respiratórias e a evitação dos contatos interpessoais de estreita proximidade física. (LENT,2020, p 1)

Azevedo (21/04/2020) afirma que “os cientistas também investigam como o novo coronavírus poderia chegar ao cérebro. Uma possibilidade é que o nariz seja principal a porta de entrada do coronavírus para o cérebro”.
Assim, um dos último sintomas, ainda em estudo é a falta de olfato, frequentemente relatada por pessoas que testaram positivo para o Covid-19, pois acredita-se que o vírus pode usar o nervo olfatório para chegar no cérebro.
Diante desse quadro, pesquisadores se debruçam ainda sobre as várias informações acerca do novo corona vírus no início de estudos sobre como o corona vírus impacta no sistema nervoso na busca de identificar os biomarcadores de comprometimento neurológico na Covid-19. (Azevedo (2020)
Tudo é muito recente e é possível que muito em breve estejamos diante das grandes descobertas da ciência, inclusive aquelas que nos levam a cura ou mesmo a forma de prevenção mais rápida e eficiente, como a vacina.
O importante, no momento, o que nos resta é seguir os procedimentos da OMS (Organização Mundial da Saúde) quanto ao distanciamento social, isolamento social e regras básicas de higiene pessoal e dos ambientes.
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REFERÊNCIAS:

LENT,Robert. O coronavirus também pode chegar ao cérebro.  Disponível em; 


https://oglobo.globo.com/sociedade/coronavirus-servico/artigo-coronavirus-tambem-pode-

chegar-ao-cerebro-24314398 . Acesso em 19/03/2020

PINHEIRO,Clhoe.Coronavírus: novos dados sobre grupos de risco. Disponível em 

Saude.abril.com.br/medicina/coronavirus-novos-dados-sobre-grupos-de-risco/. Acesso em 21/04/2020.
VENTURA,Luiz Alexandre Souza. Corona Vírus: Como a infecção afeta o corpo e a memória da 

pessoa com deficiência .Disponível em  https://brasil.estadao.com.br/blogs/vencer-


limites/coronavirus-como-a-infeccao-afeta-corpo-e-memoria-de-pessoas-com-deficiencia/.Acesso em 16/03/2020

Site consultado:
Fronteiras da Neurociência - einsteinbr
Fonte: https://ensino.einstein.br/fronteiras_da_neurociencia_p0775/p

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Um comentário:

  1. Parabéns Rosane pelos grandes ensinamentos a respeito do coronavirus e o que ele pode fazer no cérebro humano!! Obrigado por esta grande contribuição!!

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