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sexta-feira, 5 de junho de 2020

MOMENTO CULTURAL - ARTIGO: "A importância do combate da patologia mundial do racismo."- Prof.Sérgio Luiz de Mello


13 razões para lembrar que o racismo ainda existe e precisa ser ...
Fonte: https://catracalivre.com.br/cidadania/13-razoes-para-lembrar-que-o-racismo-ainda-existe-e-precisa-ser-combatido/

Vivemos num período de muitas tensões em razão de múltiplos motivos, cuja tónica que nos sufoca por ora, é a Pandemia do Corona Virus no Brasil e no Mundo, agora aparece para completar todas as angústias a vergonhosa manifestação nos EUA, o que resultou em morte de um cidadão de bem, o George Floyd, por um policial branco, que o asfixiou com o joelho, pressionando o seu pescoço ao chão.
No Brasil, a escravatura já a 127 anos foi abolida por assinatura da Lei Áurea- pela Princesa Isabel, no entanto, guardamos ainda resquícios desse grande mal social pois ainda temos um racismo não totalmente exposto, algo que ainda habita nas entranhas de cada pessoa, às vezes revelado em brincadeiras de mal gosto, em formas de bullying , cyberbullying e, em pequenas ações que às vezes ele (racismo) passa despercebido.
O site do Catraca Livre traz-nos de forma bem lúcida, "13 razões para lembrar que o racismo ainda existe e precisa ser combatido"- que pode ser acessada no site: https://catracalivre.com.br/cidadania/13-razoes-para-lembrar-que-o-racismo-ainda-existe-e-precisa-ser-combatido/ - nos informa o quanto precisamos ter em nossas personalidades e corações, conhecimentos suficientes que nos façam seres humanos mais humanos, empáticos e solidários.
E o que se observa o quanto sofrem os negros em nosso país, do mais simples ao mais erudito, do anônimo ao mais famoso, do menor ao maior. Existem muitas ações racistas e poucas que buscam conscientizar e formar os cidadãos. O que se deve fazer além das manifestações populares para resolver de vez essa questão?
Penso que infelizmente, o racismo esteja miscigenado em nossos genes. Historicamente, o povo negro sempre foi marginalizado pela coroa portuguesa e pelos primeiros habitantes europeus que aqui vieram para ganhar a terra e expulsar os verdadeiros donos dela, os índios.
Depois, em nossos momentos de entretenimento, fomos domesticados ao vermos novelas e filmes que sempre retrataram as minorias com papéis secundários e até mesmo terciários. O mocinho e a mocinha sempre eram brancos, cabelos escuros e loiros, muitos de olhos claros e castanhos. O negro sempre era o servo submisso, tratado como bicho e nunca tinha um final muito feliz para ele.
Esse racismo genético e social, é necessário ser tratado com mais cuidado e com estratégias sociais mais igualitárias. Não nos bastará fazer caminhadas, protestos em praças e ruas. É mister que educação, família e outros segmentos sociais se unam em prol de um bem comum, a igualdade dos direitos das raças. Escolas e famílias precisam realizar os seus deveres objetivando a formação de cidadãos melhores e preparados para os desafios do presente século.
Para entendermos um pouco o racismo nos EUA é pertinente conhecer o significado de Segregação Racial , que é bem exposto no site Mundo Escola, que define:"...no contexto da Idade Contemporânea, pode ser definida como um tipo de política de Estado que tem por objetivo separar indivíduos ou grupos de indivíduos de uma mesma sociedade por meio de critérios raciais (ou étnicos). Esse tipo de medida passou a ser executado a partir do fim do século XIX e teve forte vigor no século XX, em países como a Alemanha nazista, com o antissemitismo, a África do Sul, com o apartheid, e os Estados Unidos da América."
Ainda o mesmo site (Mundo Escola) temos a seguinte complementação:
"Sabemos que os EUA foram formados, inicialmente, por colonos ingleses, que deram origem às chamadas Treze Colônias na costa Leste do país. No entanto, as colônias do Sul tiveram um desenvolvimento diferente daquelas do Norte. Enquanto no Norte houve o modelo da pequena propriedade privada, do trabalho livre e assalariado e do desenvolvimento da indústria, no Sul prevaleceu o modelo da grande propriedade de terras e da monocultura (que caracteriza a chamada plantation). Nesse modelo, ao contrário do que vigorou no Norte, assentou-se o uso do trabalho escravo, mais precisamente de escravos negros do continente africano.
Sendo assim, durante o período em que predominou a escravidão no Sul dos EUA, os negros escravos eram, assim como no Brasil e em outras partes do mundo à época, considerados mercadoria de seus donos e não indivíduos portadores de direitos." Um exemplo pelo cinema a meu ver é o filme "Doze anos de escravidão"- que resume todo o sentimento de racismo e preconceito enraizado no solo ianque.
Por mais que fiquemos aqui tentando explicar ou argumentar sobre o racismo, não encontraremos todas as respostas. Brasileiros, americanos e outras nações precisam urgentemente retomar o caminho do respeito mútuo e amor à vida. Não é a cor da pele que define o que somos ou que seremos na sociedade. Somos inicialmente, seres humanos e dotados de uma certa razão.
No entanto, acredita-se que o Homem Moderno tenha se contaminado com um vírus complexo de ser curado, que lhe tira a sensatez, o amor próprio e em seu semelhante, a empatia, a solidariedade e racionalidade, tal vírus o leva à patologia racista. Curar o Homem de tal doença não é algo fácil, porém, necessário. Temos que unir todas as forças possíveis, na tentativa de evitar tal contaminação e, ou pelo menos, amenizar os efeitos maléficos, a fim de evitar estragos sociais, o que pode marcar vidas inocentes, castigadas pelas circunstâncias da vida. Essas pessoas possuem sempre os mesmos direitos e as mesmas obrigações perante a lei, todas são da mesma cor.
O futuro social é tão incerto quanto ao término imediato da pandemia mundial em que vivemos. O Homem precisa urgentemente se auto analisar, se reinventar, se restaurar enfim... se reconstruir! Não podemos admitir nenhuma forma de racismo nas relações sociais, nenhuma violência física que resulte em morte bestializada pelo lema do possível "dever". O que leva um ser humano tirar a possibilidade de outro respirar? Capricho? Vaidade? Ostentação de um efêmero poder?
O que fez George Floyd para morrer asfixiado por um joelho sujo e cruel de um policial branco? O que fizeram os nossos irmãos negros que foram arrancados de seu berço esplêndido, para serem jogados nos imundos porões dos navios negreiros e depois nas senzalas das fazendas brasileiras? Não consigo responder tais inquietações.
O tema é tão atual que merece ser ilustrado com alguns dos versos do poeta baiano Castro Alves, da 3ª Geração Romântica Brasileira, do poema "Navio Negreiro", que diz:


"Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infãmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!..."

Não vamos deixar que a nossa bandeira encubra covardias e infâmias mais uma vez. Combater o racismo é algo importante. Comecemos pelas nossas casas, nossas cidades, o nosso Estado, o nosso País e depois, outros lugares. Não podemos mais adiar isso, fingir que não é conosco. Floyd morreu pedindo: "Please, I can't breathe"- "Por favor, não consigo respirar", foi silenciado por um joelho covarde, de um policial covarde. Acreditamos que agora Floyd esteja respirando ares de justiça, enquanto seu inquisitor, esteja respirando ares de impunidade. Não podemos nos calar e precisamos permitir que todos, independente de cor, raça, religião, opção sexual e outros, possam respirar o H2O existente na atmosfera terrestre, pois, ele é para todos e, não somente para uma única raça humanoide!

2 comentários:

  1. Combatamos o racismo com todas as nossas forças!!

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  2. Somos todos iguais !! Não ao racismo e qualquer manifestação de ódio!
    Parabéns Sérgio!

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